Nem sempre o domínio do jogo é sinônimo de bom resultado. O Grêmio voltou a sentir isso neste domingo. Assim como no Gre-Nal na semana passada, o Tricolor controlou todo a partida, mas apenas empatou em 0 a 0 com o Paraná no estádio Durival de Britto. Nem mesmo as mudanças de Renato Portaluppi foram suficientes para dar a vitória ao Tricolor, que careceu de criatividade e sentiu saudades da ousadia de Everton.
Grêmio dominador, mas sem criatividade
Na caça aos primeiros colocados e por uma melhor posição antes da parada da Copa, o Grêmio iniciou o jogo contra o Paraná com uma formação modificada, sem Geromel, Arthur e Everton, peças importantes da espinha dorsal do time de Renato Portaluppi. Nem por isso o time gaúcho mudou o seu estilo de jogo. Com paciência e toque de bola, a equipe tentou encontrar espaços para atacar, mas sempre esbarrava no bom posicionamento da defesa dos paranaenses.
A superioridade técnica do Grêmio falava mais alto e o controle da bola e, por consequência, do jogo, era natural para o time gaúcho. O Paraná, por sua vez, se concentrava em marcar os principais atletas das ações ofensivas gremistas. Luan era o mais visado, tanto que aos 13 minutos recebeu uma entrada forte do lateral esquerdo Mansur e saiu indignado do lance. A arbitragem, porém, entendeu como um lance normal e sequer deu cartão amarelo.
A marcação forte do Paraná não abalou o Grêmio, que seguiu em cima do adversário. Instalou acampamento na intermediária de ataque e ali procurava criar uma chance de gol. Os atacantes André e Maicosuel ainda não tinham encontrado uma brecha para concluir a gol e por isso ainda apareciam como figuras apagadas no jogo.
Paraná priorizou a marcação, mas ainda conseguia sair em contra-ataque. As tentativas, porém, não eram bem construídas, até o porque o Grêmio induzia o inimigo ao erro. A peça mais ativa dos donos da casa era Silvinho. Veloz, o meia-atacante tentava acelerar o jogo para Henrique e Carlos, mas as jogadas terminavam com conclusões sem direção ou com passes errados.
Aos 30 minutos, o jogo seguia com o panorama inalterado. Grêmio com o seu adversário encurralado, cercado, mas não sabia como finalizar. Sem Everton, o Tricolor ficou refém das bolas paradas, na maioria das vezes proporcionadas pelas faltas em cima de Luan. Aos 36 minutos, na melhor delas, o camisa 7 lançou a bola para a área e André cabeceou. Para azar do centroavante, a conclusão foi alta demais. O primeiro tempo chegou ao fim com um Grêmio carente de criatividade e um Paraná grato por ter sobrevivido aos 45 minutos iniciais.
Tricolor cresce no final, mas goleiro do Paraná brilha
Sem modificações no intervalo, o Grêmio voltou para o jogo com o mesmo problema de antes. A falta de agressividade do time gaúcho parecia que tinha sido solucionada aos cinco minutos, quando Ramiro fez uma combinaçã com Maicosuel pela direita e cruzou para André dentro da área. O centroavante surgiu livre e só tocou de chapa para o fundo das redes. A comemoração, no entanto, nem chegou a ser feita porque o árbitro Rodrigo Batista marcou impedimento do camisa 90.
Por outro lado, o Paraná apresentou uma mudança sensível em sua postura. Depois de passar muito tempo aceitando o domínio do adversário, o time da casa passou a apresentar algumas tentativas de saídas rápidas para o ataque, reações de quem gostaria de arriscar mais dentro do jogo. A qualidade era o que faltava, já que Silvinho carregava o time nas costas, principalmente no que diz respeito às ações ofensivas.
Uma alteração no placar passava por uma intervenção de Renato Portaluppi. Aos 22 minutos, o técnico decidiu agir e fez logo duas mudanças de uma vez só. Cícero e Pepê entraram nas vagas de Jailson e Maicosuel. Enquanto o Grêmio tentava superar as próprias dificuldades, o Paraná passou a apreciar mais o jogo.
Silvinho ganhou mais espaço com as mudanças de peças gremistas e aos 30 minutos construiu o melhor lance dos donos das casa. Ele puxou o contra-ataque pelo lado esquerdo e lançou Caio Henrique. O meia-atacante fintou a marcação de Maicon e arriscou o chute de fora da área. A bola passou perto do travessão de Grohe.
Em uma medida já conhecida, o técnico Renato Portaluppi tirou o lateral Léo Moura para entrada do garoto Lima. Ramiro, dessa forma, passou a ser o lateral direito. A mudança surtiu efeito e foi ele quemn apareceu no flanco para criar o melhor lance do Grêmio na partida. Ele cruzou para André, o centroavante cabeceou e Thiago Rodrigues fez uma grande defesa.
Aos 41, um replay da jogada anterior. Ramiro fez o cruzamento da direita e Cícero entrou de peixinho. Ele cabeceou bem, mas a bola não fez a direção correta e saiu pela linha de fundo, para alívio do goleiro Thiago Rodrigues. O arqueiro ainda teve mais trabalho, quando Lima arriscou de fora da área aos 51 minutos e o jogador do Paraná fez uma boa intervenção.
Brasileirão 2018 - 6ª Rodada
Paraná 0
T. Rodrigues; Junior, Neris, Cleber Reis e Mansur; Vilela (Léo Itaperuna), Jhonny Lucas, Torito e Caio Henrique (Alex Santana); Carlos e Silvinho.
Técnico: Rogério Micale
Grêmio 0
Marcelo Grohe; Leo Moura, Kannemann, Bressan e Cortez; Maicon, Jailson (Cícero), Ramiro e Luan; Maicosuel (Pepê) e André.
Técnico: Renato Portaluppi
Cartões Amarelos: Carlos (P); Pepê (G)
Árbitro: Rodrigo Batista Raposo (DF)
Local: Durival de Britto, Paraná
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